O ator Chadwick Boseman, que interpretou os ícones negros Jackie Robinson e James Brown antes de ser a estrela do filme da Marvel Pantera Negra, morreu na sexta-feira, vítima de cancro, informou o seu representante. Marvel Pantera Negra
Boseman morreu aos 43 anos em casa, na zona de Los Angeles, Estados Unidos, na companhia da mulher e do resto da família.
Boseman foi diagnosticado com cancro de cólon há quatro anos, disse a família em comunicado. Boseman não falara publicamente sobre a sua doença. “Um verdadeiro lutador, Chadwick perseverou em tudo e trouxe-vos muitos dos filmes que amaram tanto”, afirmou a família, para acrescentar: “De Marshall - Igualdade e Justiça a Da 5 Bloods - Irmãos de Armas’, Ma Rainey's Black Bottom de August Wilson e vários outros, todos foram filmados durante e entre inúmeras cirurgias e quimioterapia. Foi a honra de sua carreira dar vida ao Rei T’Challa em Pantera Negra.
A agência Reuters fala mesmo no “papel mais memorável” do actor, como rei T'Challa, e lembra ainda que Black Panther foi um sucesso de bilheteira, tendo sido nomeado para vários óscares, incluindo o de melhor filme. Ganhou três: o de melhor banda-sonora, melhor figurino e melhor design de produção.
No final de Fevereiro de 2018, também o público escrevia sobre aquele que foi o primeiro filme com um super-herói de descendência africana, sublinhando que, logo na semana de estreia, Black Panther foi o filme mais visto em Portugal, levando às salas de cinemas mais 90 mil espectadores, segundo o Box Office do Instituto do Cinema e do Audiovisual.
Mas, como recorda também a agência Reuters, Boseman interpretou outros papéis, nos quais deu vida a personagens sobre figuras reais famosas por quebrarem barreiras sociais, como, por exemplo, o cantor James Brown em Get on Up, ou o juíz Thurgood Marshall, em Marshall.
Nascido na Carolina do Sul, Boseman começou por ter pequenos papéis na televisão. O seu retrato impressionante da estóica estrela de basebol Jackie Robinson ao lado de Harrison Ford em 42 - A História de uma lenda (2013) chamou a atenção em Hollywood.
Boseman morreu no dia em que a Liga Principal de Basebol comemorou precisamente o dia de Jackie Robinson.
Em Junho, cerca de 300 actores negros e realizadores assinaram uma carta aberta pedindo que Hollywood se afastasse do entretenimento que glorifica a violência policial e a corrupção e apostasse, antes, em conteúdos anti-racistas. Boseman foi um dos assinantes, como lembra a Reuters.
O documento foi escrito no contexto da morte do afro-americano George Floyd, em Minneapolis, às mãos da polícia, e a brutalidade do que aconteceu provocou protestos anti-racismo nos Estados Unidos e por todo o mundo.
“Nós nunca sabemos por que estão a passar as pessoas”, escreveu Bernice King, filha do activista Martin Luther King Jr. no Twitter, lamentando a morte do actor. “Obrigada, Chadwick, por nos presenteares com a tua grandeza no meio de uma dolorosa luta”, acrescentou. É apenas uma das muitas homenagens que circulam nas redes sociais.