A origem da denominação de certas localidades como “favela” é algo sui generis. Em 1902, Euclides da Cunha publicou um livro chamado “Os sertões”, que é sobre a Guerra de Canudos, aquela que ocorreu no sertão aqui da Bahia, com Antônio Conselheiros e etc. Em certo momento do livro, Euclides faz uma descrição do local onde os fiéis seguidores do beato tinham se assentado, dizendo que eles estavam numa curva fechada por um morro, que tinha o nome de Morro da Favela, porque, por sua vez, era comum na região a planta com esse nome.
Na volta para o Rio de Janeiro, os veteranos que foram combater em Canudos pediram permissão para construir casas no Morro da Providência. E seja por recordação de Canudos, seja pela similaridade do tal morro, fato é que o morro passou a se chamar “da Favela”.
Com o tempo, a palavra favela passou a ser sinônimo de toda e qualquer conjunto de habitações construídas de maneira tosca. Como se não bastassem às edificações construídas sem qualquer conhecimento técnico, as localidades ainda careciam (e carecem) de toda a sorte de infraestrutura básica, como esgotamento sanitário, iluminação, vias para circulação de pedestres e etc., além de algo tão grave quanto a falta de infraestrutura urbana: o preconceito.
A moradia é um direito social tão importante, que está resguardado na Constituição Federal, no caput do artigo 6º. Contudo, e sem entrar no mérito do déficit habitacional que é evidente, sabemos que de forma geral, a pessoa mora no local que sua situação permite. Não é difícil de entender que pessoas moram em áreas de risco, como encostas, porque ali é o local que conseguiu construir uma edificação ou o que recebe de renda permite pagar aluguel.
Seja como for, para além das questões de infraestrutura, há o preconceito, como citei anteriormente. Como se as pessoas que moram nessas localidades não fossem merecedoras da atenção do poder público ou que elas não podem buscar uma melhor condição de vida. Essas, sim, são pessoas guerreiras. Ou a vida para muitas delas não é uma batalha diária? Falta de água constantemente, ônibus cheios logo cedo, falta de vagas em creches para deixar os filhos....
Não importa o lugar. Seja no atual Bairro da Paz, aqui em Salvador, no Morro do Alemão (Rio de Janeiro), Paraisópolis (São Paulo) ou como era na Cidade murada de Kowloon (uma impressionante favela vertical que existia em Hong Kong). Todos esses locais são habitados por pessoas, que assim como a imensa maioria dos brasileiros, buscam sobreviver, trabalhar dignamente e levar o pão de cada dia para seus lares. Dessa forma, não há motivo algum para vê-los com uma lente diferente.
Lembrando que Rita esteve na Rocinha e no Morro do Alemão, tendo sido, logicamente, bem recebida, deixo o convite para todos visitarem o perfil da pré-candidata Rita Machado no instagram, que é o @_ritamachadooficial, assistam e participem das lives que ela realiza diariamente ou ainda entrem em contato com ela pelo canal “fale comigo” ou pelo direct. Quem quiser conhecer o perfil de Rita, também pode acessar aqui:
https://jbnbahia.com.br/coluna/205/pre-candidatura-a-vereadora.
Fonte de pesquisa: RODRIGUES, Sérgio. De Canudos para o Brasil: a história da palavra favela. Disponível em:
https://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/de-canudos-para-o-brasil-a-historia-da-palavra-favela-2/. Acesso em : 17 set. 2020