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14/10/2021 às 17h12min - Atualizada em 14/10/2021 às 18h20min

DONA RUTH: FESTIVAL DE TEATRO NEGRO DE SÃO PAULO REALIZA SUA 3ª EDIÇÃO COM FOCO NO TEATRO NEGRO E ÍNDIGENA

Em parceria com o Itaú Cultural, Sesc São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Oficina Cultural Oswald Andrade e Museu Afro Brasil, o Dona Ruth:Festival de Teatro Negro de São Paulo acontece de forma hibrida, com apresentações online e presenciais de 20 a 31 de outubro; show, espetáculos, giras de conversa e ações formativas integram a programação desta 3ª edição

SALA DA NOTÍCIA Fabiana Freitas
Imagem 1 – Espetáculo a Mulher do Fim do Mundo – Cia Casa Circo (AP) Foto: Alexandre Galvão
Acontece, entre os dias 20 a 31 de outubro, a 3ª edição do Dona Ruth: Festival de Teatro de São Paulo, um encontro entre o centenário de Ruth de Souza e as cosmovisões, as políticas e as poéticas negras e indígenas do Brasil. Idealizado por Ellen de Paula e Gabriel Cândido, com realização da Aquariane Produções Artístico Culturais, as atividades são gratuitas e acontecem de forma online e presencial. Esta encruzilhada dos sonhos e encantamentos ancestrais  atua sobre e para a continuidade e a permanência de saberes não hegemônicos através do exercício crítico da experimentação artística e do aquilombamento de ideias. De forma permanente e afetuosa, o Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo homenageia a atriz Ruth de Souza (1921-2019), dando a este território o nome de “Dona Ruth”.
Com o show inédito “Itamares” de Anelis Assumpção e a performance “Centelhas de Ruth de Souza”, de Luz Ribeiro, transmitido ao vivo pelo Youtube do Itaú Cultural, o Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo abre a atual edição celebrando os 100 anos da vida e obra de uma das mais importantes artistas do teatro, cinema e da teledramaturgia do Brasil, Ruth de Souza. Ao todo, cerca de 30 atividades integram a programação gratuita com 16 Atos Artísticos (Espetáculos, Experimentos Cênicos, Performances e Show), 11 Giras de Conversa e 04 Quilombos Artístico-Pedagógicos.
Em uma programação nacional, o Itaú Cultural recebe atividades voltadas para o público adulto. Já as unidades do Sesc – Santo Amaro e Ipiranga – recebem uma programação totalmente dedicada às infâncias, com os espetáculos “Cattapum!”, O guerreiro e o curupira e Histórias do Lado de Cá da Calunga,  respectivamente, além de, também na unidade Santo Amaro, acontecer o Encontro de Sabenças com Cyda Baú e Daniel Munduruku. A unidade Sesc Interlagos, por sua vez, recebe o Quilombo Artístico-Pedagógico - Pedagogias da Abundância, com orientação de Joice Jane Teixeira, José Ricardo e Tatiane Henrique.
A Oficina Cultural Oswald de Andrade recebe 02 Quilombos Artístico-Pedagógicos, A crítica como pensamento e criação, com Soraya Martins, e Narrativas de si: metodologias da pesquisa biográfica de Ruth de Souza, com os orientadores Júlio Cláudio da Silva e Sandra Almada, além do Experimento Cênico inédito “Eu, Ruth de Souza” da atriz, poetisa e cantora Elisa Lucinda. Nos equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, os teatros João Caetano e Cacilda Becker são palco para os Atos Artísticos e Giras de Conversa com artistas e críticos pretos e indígenas numa programação presencial na cidade de São Paulo. Além disso, o Museu Afro Brasil recebe o Quilombo Artístico-Pedagógico - Escritas em Oralitura, com Cibele Matheus e Juão Nyn, a ser transmitido via ZOOM e Youtube.
Entre os destaques desta programação, está a confluência das estéticas, poéticas, poliíticas e saberes negros e indígenas, tão fundamentais não apenas para mobilizar reflexões sobre os problemas raciais do país, mas como também para tensionar e ampliar as possibilidades de criação e elaboração artística, a construção de uma sociedade que preze pela garantia de direitos, igualdade social, preservação do meio ambiente e dignidade humana para todas as pessoas . Desse modo, o Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo denota a importância da presença de artistas indígenas e suas produções para desdobrar caminhos possíveis para a continuidade de ambas as culturas. A programação conta com espetáculos como Yepârio e saberes, obra inédita de Sandra Nanayna (AM) que relata o cotidiano de quatro pessoas indígenas residentes em contexto urbano; Xawara - Deus das Doenças ou Troca Injusta, com concepção de Juão Nyn (RN), que estabelece um paralelo com o mito do espelho e as doenças trazidas pelos colonizadores;  Póhutine - Únicos, obra inédita de Naine Terena (MT), que reflete sobre como pessoas indígenas lidam com a discriminação racial; Asfixia, performance inédita de Kay Sara (AM) sobre a devastação do meio ambiante perpetuada pelo capitalismo; Oca no Buraco Fundo, performance inédita de Ziel Karapotó (PE), que trata das estratégias de sobrevivência de pessoas indígenas no contexto periférico de Recife; O guerreiro e o curupira, do Grupo Dyorá Bayá (AM) dedicado ao público infantil,  entre outros.
Para os idealizadores do festival Ellen de Paula e Gabriel Cândido, a 3ª edição do Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo  “é uma grande encruzilhada política e afetiva, atenta e comprometida com as urgências do nosso tempo. Reunir os 100 anos de Ruth de Souza, a consolidação de uma programação nacional e o encontro entre as sabenças negras e indígenas, é de uma potência tão grande que é difícil mensurar. Meu desejo é que o público seja afetado pelas dimensões dos sonhos que fundamentaram os caminhos para a criação  desta 3ª edição”, contou Ellen.
“Esta edição marca o encontro de vários de nossos desejos, sobretudo de fazer com que o festival tenha uma dimensão nacional e com a presença de artistas indígenas. Estamos querendo esse encontro desde 2019, por isso é tão bonito poder realizar no momento em que estamos na 3ª edição consecutiva”, completou Gabriel.
Dos quatro cantos do Brasil
Com uma programação plural e inteiramente nacional, o Festival de Teatro Negro de São Paulo percorre Norte a Sul do país com a presença de artistas e críticos dos quatro cantos do Brasil em suas mais variadas regiões, engrandecendo este encontro de celebração entre a arte e a história negras e indígenas e descentralizando as narrativas do eixo Rio-São Paulo por meio de uma maior diversificação dos pólos criativos.
Assim, o Festival conta com a participação e o protagonismo de mais de 20 artistas e coletivos espalhados em todas as regiões do país. São obras, espetáculos e discussões propostas por profissionais de, pelo menos, 12 estados diferentes. Entre eles, temos 01 coletivo do Amapá, 05 artistas e grupos do Amazonas, 01 artista do Pará, 01 artista de Rondônia, 01 artista de Pernambuco, 02 artistas do Rio Grande do Norte, 01 artista do Maranhão, 01 artista do Mato Grosso, 01 artista do Rio Grande do Sul, 03 artistas de Minas Gerais, 03 artistas do Rio de Janeiro e 07 artistas de São Paulo.
Em uma viagem repleta de diversidade brasileira, o Festival de Teatro Negro de São Paulo recebe artistas de 04 estados do Norte, 03 estados do Nordeste, 01 estado do Centro-Oeste, 01 estado do Sul e 03 estados do Sudeste. Podemos citar desde performances, como ASFIXIA, de Kay Sara, atriz e performer nascida no povoado de Iauaretê, estado do Amazonas, até atos artísticos como Oca no Buraco Fundo, uma obra audiovisual híbrida concebida pelo artista Ziel Karapotó, do estado de Pernambuco, e espetáculos como PEÇA, obra de Rita Rosa Lende, do estado do Rio Grande do Sul, entre outros que constituem a pluriversidade motivadora do Festival de Teatro Negro de São Paulo.
Para as crianças
Para o público infantil, contamos com o espetáculo Catappum!, promovido pelo coletivo Catappum!, que traz a estética preta para o picadeiro dos palhaços com música ao vivo, bonecos, jogos com a plateia e uma história interessantíssima que abre um campo lúdico para satirizar as relações humanas na cidade; O guerreiro e o curupira, um espetáculo do grupo de artes Dyroá Bayá (AM/SP) que narra a vontade de um guerreiro em ganhar o respeito do seu povo; o ato Histórias do Lado de Cá da Calunga, do N’Kinpa - Núcleo de Culturas Negras e Periféricas, trazendo a ancestralidade para o centro do palco; além de um Encontro de Sabenças, mediado por Cyda Baú (MG) e Daniel Munduruku (PA), uma partilha entre um guardador e uma guardadora de histórias com narrativas fundamentadas nas cosmovisões negras e indígenas como política de encantamento das infâncias.
Ações Artísticas e Formativas
Giras de Conversa
A Gira de Conversa é um espaço de reflexão sobre poéticas, técnicas, estéticas e políticas presentes nos procedimentos de criação de artistas, companhias, grupos e coletivos de teatro. Em sua 3ª edição, as Giras continuarão a fomentar o exercício crítico sobre as temporalidades à luz da observação, apreciação e análises das obras presentes na programação. Desse modo, elas acontecerão sempre após cada apresentação com a participação de pessoas convidadas do campo da crítica, da pesquisa e da realização artística e com o público.
Quilombo Artístico-Pedagógico
Entre os espaços Oficina Cultural Oswald de Andrade, SESC Interlagos e Museu Afro Brasil, acontecerão os Quilombos Artístico-Pedagógicos, um conjunto de atividades formativas para a troca de noções sobre as infâncias, a crítica teatral, as poéticas da oralidade e os processos de invenções biográficas, com a mediação de artistas, realizadores e pesquisadores negros e indígenas do Brasil.
Na Oficina Cultural Oswald de Andrade, acontece o Quilombo A crítica como pensamento e criação, com orientação de Soraya Martins, a ser transmitido via ZOOM. A atividade formativa visa, a partir da análise de peças teatrais e performances contemporâneas negras, pensar a crítica teatral como lugar de onde se pode refletir e discutir a pluralidade das estéticas negras. Também na Oficina Cultural Oswald de Andrade, temos o Quilombo Narrativas de si: metodologias de pesquisa biográfica de Ruth de Souza, orientado por Júlio Cláudio da Silva, que pretende discutir possibilidades de pesquisa de cunho biográfico e socializar experiências de investigação sobre a trajetória da artista Ruth de Souza, a partir das narrativas de si e de outrem, presente em fontes orais e do cotejo dos acervos privados e públicos, com registros de suas trajetórias.
Já no Sesc Interlagos, realiza-se o Quilombo Pedagogias da Abundância, com a orientação de Joice Jane Teixeira (SP), José Ricardo (RN) e Tatiane Henrique (RJ), um espaço de vivência dedicado a sonhar as infâncias e os direitos das crianças no cruzo entre os saberes indígenas e negros, através do exercício ético, político, poético e pedagógico de tensionar os saberes hegemônicos que historicamente fundamentam o campo da educação e suas práticas. Por outro lado, no Museu Afro Brasil, temos o Quilombo Escritas em Oralituras, com a orientação de Cibele Matheus e Juão Nyn, a ser transmitido via ZOOM, em que será proposto o tensionamento dos princípios coloniais que fundamentam o campo teórico e prático das artes da cena, a partir do estudo das zonas de fronteiras e os espaços de cruzo entre oralidade e escrita, enquanto forças motrizes para elaborações artísticas.
3ª Edição do Festival
Em sua terceira edição, o primeiro festival dedicado aos teatros negros em São Paulo, composto por homenagens aos 100 anos de Ruth de Souza e cerca de 30 atividades entre Atos Artísticos, Giras, Quilombos Artístico-Pedagógicos, Encontro de Sabenças e Show, compromete-se com a mobilização política e de exercício às cidadanias negras e indígenas ao passo que promove expressão, fruição e reflexão entre público, artistas, grupos e coletivos cujas produções se reafirmam nas epistemes negras e indígenas.

Com o apoio de Itaú Cultural, SESC SP, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Oficina Cultural Oswald Andrade e Museu Afro Brasil, o Festival retorna, em seu terceiro ano consecutivo, para o encontro de saberes negros e indígenas com o centenário de Ruth de Souza, entendo que nessa encruzilhada há muito sobre sonho, encanto e permanência para essas culturas no Brasil. 

Conheça a programação completa no site: www.donaruthftnsp.com.br

Assessoria de Imprensa:
Mídia Pente Fino

Kelly Santos | 11 95630-3505
kelly.santos@midiapentefino.com.br


 
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