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11/11/2021 às 19h08min - Atualizada em 12/11/2021 às 00h00min

Como tornar a cadeia de valor mais diversa e inclusiva?

Os esforços das empresas para garantir a diversidade e a inclusão não devem se limitar ao seu quadro de colaboradores

SALA DA NOTÍCIA Marcelo Leonessa
Marcelo Leonessa, Vice-presidente de Compras da BASF para América do Sul
Os esforços das empresas para garantir a diversidade e a inclusão não devem se limitar ao seu quadro de colaboradores. Empresas que ultrapassam seus muros, com investimentos em fornecedores diversos, conseguem, além de ter resultados diferenciados em relação à concorrência, ajudar a construir uma cadeia de suprimentos mais sustentável. Nesse sentido, a área Compras tem um papel fundamental para aumentar a diversidade na cadeia de valor, criando processos que diminuam as barreiras, dando mais espaço aos novos e pequenos fornecedores para que participem das negociações com concorrentes tradicionais, garantindo um mercado com ofertas múltiplas e inovadoras.

Iniciativas voltadas à equidade de gênero, por exemplo, demonstram grandes vantagens econômicas para as companhias. Um estudo do Bank of America mostra que a equidade total de gênero pode adicionar 28 trilhões de dólares à economia global. Já uma pesquisa da McKinsey aponta que uma empresa com equidade de gênero na liderança tem resultado financeiro, em média, 21% maior do que as que não possuem essa característica. Na América Latina, esse índice chega a 93% quando se comparam companhias do mesmo setor.

Mas antes mesmo de pensarmos na equidade de gênero como algo vantajoso em termos de negócio, não devemos esquecer que esse é um direito de todas as pessoas e a coisa certa a ser feita. Por meio de iniciativas, as lideranças empresariais, principalmente, têm a oportunidade de ajudar a ampliar o acesso das mulheres no mercado de trabalho, construindo uma economia mais justa e igualitária.

O Fórum Econômico Mundial (WEF) apontou, em seu Relatório de Desigualdade Econômica de Gênero 2021, publicado neste ano, que a pandemia de Covid-19 prolongou em 36 anos a projeção de igualdade de gênero no mundo, concluindo que a paridade deve ser atingida daqui a 135,6 anos. Uma pesquisa do Sebrae, por exemplo, apontou que a pandemia reduziu a proporção de mulheres no empreendedorismo. Dos cerca de 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil, aproximadamente 8,6 milhões eram mulheres (33,6%) e 17 milhões, homens (66,4%).

Grande parte desses empreendedores é formada por grupos minoritários como mulheres, negros, indígenas e pessoas com deficiência. Profissionais que muitas vezes trazem uma bagagem muito rica de conhecimento, com muita sede de crescimento e expansão, mas que não têm acesso às oportunidades de negócios de grandes empresas.

Como as grandes empresas podem incentivar uma economia com mais equidade? Avaliando esses dados e se posicionando como um dos responsáveis pelo desenvolvimento do país, entendendo que as ações que atingem o crescimento econômico também se refletem no desenvolvimento social.

Para isso, é necessário ter equipes dedicadas dentro das empresas, voltadas à criação de programas de Diversidade e Inclusão, com metas definidas e grupos de trabalho com envolvimento da alta liderança. Uma parte importante desse processo é levar essas iniciativas para as cadeias de valor da qual as empresas fazem parte e exercem influência.

Iniciativas como Integrare, Centro de Integrações de Negócios, ajudam grandes instituições a se conectarem com pequenas empresas de grupos minoritários (negros, indígenas e pessoas com deficiência) de forma a promover oportunidades de negócios para estes empreendedores, que de outra maneira talvez não tivessem condições de vender para compradores de grandes empresas.

Uma rede global que conecta empresas pertencentes a mulheres a compradores qualificados em todo o mundo, o WEConnect, também realiza um trabalho importante, capacitando e preparando empresárias para que sejam mais competitivas e aumentem suas perspectivas de negócios com grandes multinacionais.

As empresas são verdadeiras molas propulsoras do desenvolvimento econômico e social ao colocarem uma lente de aumento na questão da Diversidade e Inclusão, criando processos e fazendo investimentos. A companhias que já estão neste caminho colaboram de forma efetiva na redistribuição de oportunidades para que esse futuro do trabalho almejado, com mais equidade, não demore séculos para ocorrer. Então, eu te convido a questionar se estamos ajudando nesta jornada ou se estamos vendo tudo acontecer a nossa volta e deixando essa oportunidade passar?

*Marcelo Leonessa, Vice-presidente de Compras da BASF para América do Sul
 
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