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09/02/2022 às 15h17min - Atualizada em 09/02/2022 às 15h17min

Pretas por Salvador emitem nota de repúdio a loja que comercializa imagens intituladas “escravos de cerâmica”, como obra de arte, no Aeroporto de Salvador

Por: Van Carvalho - Jbn Bahia
Na manhã desta terça-feira (08/02), a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) foi surpreendida com a notícia de que a loja física de decoração Hangar das Artes, localizada no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, estava comercializando peças de cerâmica que mostram homens e mulheres negros acorrentados pelas mãos, em condições subumanas. 

Em alusão ao Brasil colonial as peças com negros acorrentados, denominadas “obra de arte”, estavam sendo comercializadas por R$ 99,90, ao lado de uma etiqueta branca: "Escravos à venda". As Pretas repudiam mais esse caso explicito de racismo no Brasil e além de emitir uma nota pública contra a loja, já protocolou, hoje mesmo, uma Moção, na Câmara e Representação junto ao Ministério Público da Bahia. Em entrevista para rádio Educadora, a co-vereadora da mandata Laina Crisóstomo mencionou sua repulsa a loja. 

“Recebemos essa notícia de forma muito assustadora, enfim, pensar que estamos em 2022 onde a gente tem debatido cada vez mais negros e negras em diversos espaços de poder e tentado avançar em políticas públicas, a gente ainda tem algo que é dito falsamente que é arte, uma imagem com papel, escravos em cerâmica”, disse ela.

A parlamentar ainda destacou a ausência da população negra ocupando espaços de poder na capital baiana, cidade em que mais tem negros fora da África:  “Para nós foi um choque muito grande e tem a ver com a reprodução desse estado colonial que infelizmente a gente ainda vive. Mesmo quando temos a maioria da população negra em todo Brasil, e estamos na cidade em que mais tem negros fora da África, a gente não tem essa representação na política, nos espaços de poder e infelizmente temos esse número absurdo no processo de encarceramento e extermínio da população negra”.

A também co-vereadora da mandata, Cleide Coutinho, manifestou sua indignação com e repudio ao ocorrido.  “É um absurdo esse racismo que tem saído cada vez mais do armário e as pessoas naturalizam Difícil conviver com isso e não fazer enfrentamentos”, enfatizou.

As Pretas tem lutado desde o início do mandato contra o racismo, através de suas próprias vivências e reafirmaram que, além de denunciar o caso, continuarão empenhadas pela construção de uma sociedade antirracista e atentas para que todas medidas cabíveis sejam tomadas.
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