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25/07/2022 às 16h43min - Atualizada em 25/07/2022 às 16h43min

Bolsonaro não quer ser candidato - Fernando Horta

"Não há a mínima chance de Bolsonaro permitir uma eleição limpa", diz Fernando Horta, que alerta também para a possibilidade de o pleito não ocorrer

- Jbn Bahia
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Bolsonaro e urnas eletrônicas (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | REUTERS/Rodolfo Buhrer)

Fernando Horta é historiador

"Não há a mínima chance de Bolsonaro permitir uma eleição limpa", diz Fernando Horta, que alerta também para a possibilidade de o pleito não ocorrer edit

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As falas de Jair Bolsonaro para os seus apoiadores, durante a convenção do Partido Liberal que parece oficialmente lançar seu nome para a candidatura à recondução presidencial, é o ponto de mais alta violência contra as instituições brasileiras até agora. Dia após dia, Bolsonaro eleva o tom, numa curva que não teve parada nos últimos quatro anos. E não terá. Bolsonaro arregimentou seus apoiadores para “irem às ruas pela última vez” no 7 de setembro. E ainda complementou que era um recado para “os surdos de capa preta”. O tempo das meias palavras terminou. É bom que o STF e o TSE saibam.

Ocorre que esta manifestação de Jair Bolsonaro deixa claro que ele não quer ser candidato nas eleições de 2022. Para quem pensa de forma democrática “ser candidato” é condição primeira para “ser eleito”. Na cabeça de Bolsonaro, contudo, esta relação não existe. Ser “candidato” significa aceitar as condições da eleição. Todas. Incluindo aceitar a possibilidade de perder. Bolsonaro quer uma eleição idêntica à de 2018, em que ele não tinha chance de perder. No segundo turno de 2018, as elites brasileiras fizeram de tudo (legal e ilegalmente) para eleger Bolsonaro. Esconderam seu passado criminoso, esconderam sua ligação com as milícias, tráfico, garimpo e etc. Esconderam os disparos ilegais nas redes e atuaram para “limpar” qualquer traço que pudesse alertar ao povo a perversidade que era Jair. Não havia como perder.

Jair quer essa eleição de novo. Não há a mínima chance de Bolsonaro permitir uma eleição limpa. Ou a eleição é meramente uma confirmação do mundo civil ao seu poder absoluto, ou ela não vai existir.

Há, porém, uma terceira possibilidade. Se o STF ou o TSE usarem quaisquer das dezenas de crimes comuns ou eleitorais que Jair já cometeu para inviabilizar a chapa, aí Bolsonaro ganha também. Em caso de tentativa de inviabilização da chapa ele, Bolsonaro, pretende radicalizar e terá outro momento para o golpe (anunciado já para o 7 de setembro). Porém, se a força civil ainda sim prevalecer ... se o golpe de Jair for frustrado e a chapa cassada, Bolsonaro vence simplesmente por não perder a eleição. Tirado da disputa, ele retornará em 2026 com o discurso do candidato injustiçado, e seguirá com sua sanha golpista contra as instituições. Algo semelhante ao que faz Trump, nos EUA. Para o ego do golpista isso até fará bem. Ele se convencerá que não perdeu eleição alguma, e seus apoiadores voltarão com redobrada fúria.

Bolsonaro acumulou capital político por conta da inércia das instituições brasileiras. Instituições que precisaram ser destruídas para que o golpe contra Dilma e a prisão de Lula acontecessem. O Ministério Público, o Congresso Nacional, a Constituição e o próprio judiciário foram meticulosamente destruídos entre 2014 e 2016. Agora, quando se precisa das instituições, elas não existem mais.

O problema é que não se pode fingir que Bolsonaro é um pesadelo e que – pela manhã – quando se acordar para a vida real, suas falas terão ficado no campo do não acontecido. Não mais. Ou se para o fascista ou ele não parará.

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

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As falas de Jair Bolsonaro para os seus apoiadores, durante a convenção do Partido Liberal que parece oficialmente lançar seu nome para a candidatura à recondução presidencial, é o ponto de mais alta violência contra as instituições brasileiras até agora. Dia após dia, Bolsonaro eleva o tom, numa curva que não teve parada nos últimos quatro anos. E não terá. Bolsonaro arregimentou seus apoiadores para “irem às ruas pela última vez” no 7 de setembro. E ainda complementou que era um recado para “os surdos de capa preta”. O tempo das meias palavras terminou. É bom que o STF e o TSE saibam.Ocorre que esta manifestação de Jair Bolsonaro deixa claro que ele não quer ser candidato nas eleições de 2022. Para quem pensa de forma democrática “ser candidato” é condição primeira para “ser eleito”. Na cabeça de Bolsonaro, contudo, esta relação não existe. Ser “candidato” significa aceitar as condições da eleição. Todas. Incluindo aceitar a possibilidade de perder. Bolsonaro quer uma eleição idêntica à de 2018, em que ele não tinha chance de perder. No segundo turno de 2018, as elites brasileiras fizeram de tudo (legal e ilegalmente) para eleger Bolsonaro. Esconderam seu passado criminoso, esconderam sua ligação com as milícias, tráfico, garimpo e etc. Esconderam os disparos ilegais nas redes e atuaram para “limpar” qualquer traço que pudesse alertar ao povo a perversidade que era Jair. Não havia como perder.Jair quer essa eleição de novo. Não há a mínima chance de Bolsonaro permitir uma eleição limpa. Ou a eleição é meramente uma confirmação do mundo civil ao seu poder absoluto, ou ela não vai existir.Há, porém, uma terceira possibilidade. Se o STF ou o TSE usarem quaisquer das dezenas de crimes comuns ou eleitorais que Jair já cometeu para inviabilizar a chapa, aí Bolsonaro ganha também. Em caso de tentativa de inviabilização da chapa ele, Bolsonaro, pretende radicalizar e terá outro momento para o golpe (anunciado já para o 7 de setembro). Porém, se a força civil ainda sim prevalecer ... se o golpe de Jair for frustrado e a chapa cassada, Bolsonaro vence simplesmente por não perder a eleição. Tirado da disputa, ele retornará em 2026 com o discurso do candidato injustiçado, e seguirá com sua sanha golpista contra as instituições. Algo semelhante ao que faz Trump, nos EUA. Para o ego do golpista isso até fará bem. Ele se convencerá que não perdeu eleição alguma, e seus apoiadores voltarão com redobrada fúria.Bolsonaro acumulou capital político por conta da inércia das instituições brasileiras. Instituições que precisaram ser destruídas para que o golpe contra Dilma e a prisão de Lula acontecessem. O Ministério Público, o Congresso Nacional, a Constituição e o próprio judiciário foram meticulosamente destruídos entre 2014 e 2016. Agora, quando se precisa das instituições, elas não existem mais.O problema é que não se pode fingir que Bolsonaro é um pesadelo e que – pela manhã – quando se acordar para a vida real, suas falas terão ficado no campo do não acontecido. Não mais. Ou se para o fascista ou ele não parará.Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.O conhecimento liberta. Saiba mais. Siga-nos no Telegram.A você que chegou até aqui, agradecemos muito por valorizar nosso conteúdo. Ao contrário da mídia corporativa, o Brasil 247 e a TV 247 se financiam por meio da sua própria comunidade de leitores e telespectadores. Você pode apoiar a TV 247 e o site Brasil 247 de diversas formas. Veja como em brasil247.com/apoio Comentários

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