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21/08/2022 às 21h23min - Atualizada em 22/08/2022 às 00h05min

Por que a preferência pelos gatos está aumentando no Brasil

Professora do curso Medicina Veterinária da UniSociesc ajuda a entender os motivos do crescimento da adoção dos felinos e dá dicas de como cuidar da saúde, alimentação e bem-estar

SALA DA NOTÍCIA Genara Rigotti
www.memcomunicacao.com.br
UniSociesc/Divulgação
O mais recente censo do ramo, realizado pelo Instituto Pet Brasil, mostra que a procura pela adoção de gatos tem aumentado mais que a de cachorros no Brasil. A população de pets felinos registrou maior crescimento entre 2020 e 2021, com um avanço de 6%, enquanto a adoção de cães cresceu 4%. Mas o que explica esta tendência?

A professora e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UniSociesc, Karol Vanelli, ajuda a entender os motivos: “Os gatos são animais independentes e conseguem ficar mais tempo sozinhos, então são perfeitos para quem trabalha o dia todo. Eles controlam a quantidade de comida que comem; usam a caixinha de areia, que é de fácil cuidado para o tutor limpar; não precisam de tanto espaço quanto os cachorros; e como são de pequeno porte representam um custo menor.”

Karol acredita que a pandemia fez aumentar as adoções de animais de forma geral, porque as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa. Mas ela percebe um movimento de aumento na adoção de gatos anterior à pandemia. “Eles são carinhosos, gostam de atenção, adoram ficar por perto e dormir junto, gostam de interagir e brincar (com caixas, luzinhas, fitas, bolinhas e o que mais estiver ao alcance de suas patas) e têm comportamentos e atitudes engraçadas em casa”, destaca ela, lembrando que os felinos são, sim, animais para crianças. Inclusive, são excelentes companhias para os pequenos.

Dentro das casas e dos corações

Os animais de estimação, de forma geral, têm um lugar privilegiado nos lares, nos corações dos brasileiros e movimentam uma fatia importante da economia. Em 2022, segundo projeções do próprio Instituto Pet Brasil, o setor deve faturar cerca de R$ 46,5 bilhões. A região Sul está em terceiro lugar na concentração de animais de estimação, atrás do Sudeste e Nordeste.

Terceiro colocado no ranking mundial, o Brasil tem mais de 144 milhões de pets, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Os cães ainda são a maioria, mas há um crescimento acentuado na preferência por gatos. Uma das possíveis explicações desse aumento na preferência dos felinos pode estar relacionada ao aumento no número de pessoas que moram sozinhas e em apartamentos. Aí o gato acaba sendo o companheiro perfeito.

Embora tenham fama de temperamentais, estranham facilmente visitas na casa, gostam de afiar as unhas nos lugares bem inusitados e tem o hábito de comer e correr durante a madrugada, baste que se aninhem no colo ou comecem a afofar a caminha, a coberta ou a própria roupa do tutor para que apenas os bons momentos sejam lembrados. “Uma curiosidade é que é muito mais fácil expor os gatos a situações e experiências diferentes quando são filhotes. Assim, ele cria uma memória. Porque depois de adultos, eles têm uma grande dificuldade de mudar de hábitos”, ressalta a professora Karol, que é mestre em Fisiologia Animal e doutoranda em Ciência Animal.

Apesar da independência, os gatos são exigentes e precisam de alguns cuidados importantes como as caixinhas de areia sempre limpas, água fresca, comida para atender seus petiscos durante o dia, brincadeiras, além de todos aqueles cuidados de saúde. A professora Karol, que também é nutróloga pet, ajudou a preparar algumas dicas para os gateiros de primeira viagem:

Cuidados com os felinos

1. Escolha uma ração de boa qualidade, conforme a idade do gato, se ele é castrado ou está com sobrepeso. A alimentação tem relação direta com a saúde do animal. O bichano costuma petiscar várias vezes ao dia, então a ração precisa ficar disponível sempre. Claro que tem aqueles gatos glutões em que será necessário fracionar a quantidade. Como os gatos, pelo comportamento da espécie, tendem a ter baixo consumo hídrico, é importante oferecer sachês e comidas úmidas, pois ajudam na hidratação. Petiscos são indicados apenas para treinamentos.

2. Se puder ter uma fonte em casa, eles adoram água corrente. Existem vários modelos, tamanhos e preços diferentes. Se não, mantenha água sempre fresca e em abundância, em recipientes limpos que podem estar em mais de um lugar. Alguns gatos adoram beber água na torneira, mas pode ser um hábito difícil de administrar depois!

3. Extremamente limpos - pois eles se limpam todos os dias com o chamado banho de gato -, os felinos não precisam de banhos semanais ou mensais como os cães. Se for o caso, use toalhinhas úmidas para eliminar a sujeira ou xampu seco específico para bichanos. Os banhos, quando necessários, devem ser com água morna, em local tranquilo. Escove os pelos regularmente, vai ajudar muito o bichano manter sua higiene em dia.

4. A caixa de areia do seu gato deve estar sempre limpa e se você tiver mais de um gato deve ter uma caixinha para cada gato da casa. Aliás, os gatos gostam de ambientes limpos. Ofereça locais limpos, confortáveis e aconchegantes para seu animal de estimação descansar. 

5. Estimule seu pet com brincadeiras que desenvolvam a cognição e outras habilidades. Colocar nichos dentro de casa é uma opção, além de ter brinquedos à disposição. No mercado tem muitas opções de brinquedos, mas muita coisa você pode fazer ou adaptar em casa mesmo. Para se manterem saudáveis, os gatos precisam de estímulos físicos e mentais. E as brincadeiras contribuem para a saúde emocional do bichinho.

6. Esteja atento ao comportamento do seu pet. Qualquer coisa fora do normal requer atenção ou uma visita ao veterinário. Mantenha as vacinas e consultas em dia. E converse com o veterinário a respeito da castração, tanto de fêmeas quanto dos machos. 

7. Disponibilize arranhadores ou outros objetos para que o gato afie as unhas, que devem ser cortadas com frequência. E lembre-se que gatos são caçadores. Então fique de olho para que seu pet não coma algo indesejável, especialmente se ele tem acesso a rua.

História antiga e responsabilidade do tutor

Os primeiros registros históricos de domesticação de gatos vêm do Antigo Egito. Naquela época, inclusive, eles eram considerados divindades e recebiam honrarias. Para os romanos, os gatos eram símbolo de liberdade. No Japão milenar, eram protetores dos escritos budistas. Na Idade Média, acreditava-se que tinham conexões com outros mundos e acabaram associados à bruxaria.

Somente no século 19, os ingleses tiveram a iniciativa de criar gatos profissionalmente, desenvolvendo novas raças. Hoje, os felinos são queridos e encontrados com muita frequência em lares dos Estados Unidos, Canadá, Europa (exceto Portugal, Espanha e Irlanda), Rússia e Oriente Médio. As raças têm características distintas, com tipos de pelos variados e portes diferentes. Nas pequenas e mais comuns, os adultos pesam cerca de dois quilos, mas há raças grandes em que um exemplar adulto chega a 80 centímetros de comprimento e 12 quilos. 

Na hora de adotar um gato é preciso levar tudo isso em conta e não deixar se influenciar apenas pela euforia do momento. “É muito importante perguntar se você pode e se está disposto a superar todas as dificuldades que podem ocorrer (pelos espalhados pela casa, móveis arranhados etc) . Há um custo envolvido, mas estamos lidando com uma vida que vai precisar do amor e cuidado do seu tutor”, alerta Karol.
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