Finalistas da 42ª Noite da Beleza Negra buscam deixar sua marca na luta por igualdade racial

Neste sábado, 28, às 20h, acontece a 42ª Noite da Beleza Negra, quando o bloco Ilê Aiyê elege a Deusa do Ébano 2023, aquela que vai deixar seu nome na história do bloco afro mais antigo do Brasil e levar consigo todo o aprendizado e visibilidade proporcionados por esse posto tão concorrido. Nesta edição do concurso, mais de 60 mulheres se inscreveram; sendo 14 delas selecionadas como finalistas. Cada uma agora se prepara para subir no palco da Senzala do Barro Preto e conquistar o revolucionário título de Rainha do Ilê Aiyê.
 
A 42ª Noite da Beleza Negra é uma realização do Ilê Aiyê, Caderno 2 Produções, com apoio da Hype Energy Drinks, Comunidade DOOR, ITS Brasil, TVE Bahia, Educadora FM e patrocínio da AVON, Secretaria de Cultura e Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia. Nesta sexta-feira (27), a diretoria do bloco apresenta oficialmente as candidatas em café da manhã para a imprensa, às 8h, na Senzala do Barro Preto.
 
São diversas as motivações que levam as concorrentes a buscarem o título de Deusa do Ébano do Ilê Aiyê. “Tenho projetos tanto pessoais, quanto coletivos com a população negra, principalmente mulheres, e acho de extrema importância que quem tiver esse título aproveite a visibilidade do concurso para tratar dessas pautas”, declara a recepcionista e produtora de eventos Jamile Fátima de Oliveira, 35, que disputa o reinado pela segunda vez. 
 
Também pretendente ao posto pela segunda vez, a estudante de Jornalismo Caroline Xavier, 24 anos, diz que, apesar de ser um concurso, a competitividade não a motiva. “Num concurso que trata de mulheres negras, periféricas, muitas mães, não podemos entrar nesse local de competitividade, pois a Deusa do Ébano significa coletividade e representatividade, ficarei feliz se eu ganhar, mas também ficarei muito feliz pela pessoa que ganhar”.
 
Esta é a primeira vez que a Noite da Beleza Negra tem uma candidata trans, a esteticista de 26 anos, Laís Ferreira. “É uma grande honra porque nunca imaginei que seria a primeira mulher trans a concorrer ao título da Deusa do Ébano, quebrando tabus, podendo ocupar esses espaços. Estou muito feliz pelo Ilê me acolher”, comemora ela.
 
Para a dançarina Dalila Oliveira, 20 anos, participar do concurso é uma maneira de honrar sua ancestralidade e as mulheres que estão ao seu lado. “Vou subir no palco representando minha mãe, minha avó, minha madrinha e tantas outras mulheres pretas, e essa oportunidade para mim é surreal”, comenta.


Por mais uma edição, um um time especial de maquiadores da Avon irá preparar as candidatas. Eles utilizarão produtos da marca voltados para a pele negra. “A Noite da Beleza Negra representa mais que um concurso. É um amplo movimento de valorização étnica e estética afro-brasileira, incluindo aí a educação e a cultura ancestral do povo negro. Para a Avon, que entende que beleza envolve autoestima, representatividade e dignidade, estar presente na escolha da Deusa do Ébano do Ilê Aiyê reafirma o compromisso da marca com a diversidade e a inclusão. Estivemos no evento nas suas três últimas edições e damos continuidade a essa parceria, neste momento que marca a retomada do concurso, reafirmando seu apreço e ode à potência da negritude”, afirma a diretora de Comunicação da Avon Brasil, Viviane Pepe.