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03/10/2017 às 15h58min - Atualizada em 03/10/2017 às 15h58min

Distorção idade-série tem redução de 48,8% nos anos iniciais da Educação

Secom/Salvador
Jhonatanbiths*
A matrícula tardia, a não alfabetização no tempo certo, o trabalho precoce e os problemas psicológicos e sociais são alguns dos fatores que podem contribuir para o atraso e a evasão escolar. Para reverter o quadro da distorção idade-série no início da Educação Básica, que ocorre quando a criança tem pelo menos dois anos de atraso em relação ao ano escolar que deveria cursar, a Prefeitura executa dois programas, por meio de uma parceria com o Instituto Ayrton Senna, que já começaram a dar resultados.
 
Um deles é o Programa Regularização de Fluxo, que corrige o problema por meio da alfabetização e da aceleração dos anos escolares. O outro é o Programa Gestão da Alfabetização, que reforça o ensino com o apoio à aprendizagem em classe. Graças aos dois programas, entre 2014 e 2017, o Ensino Fundamental I, que inclui estudantes do 1º ao 5º ano, apresentou uma redução de 48,8% da distorção idade-série. Enquanto em 2014, 31.629 alunos dessa etapa tinham atraso de dois anos na escola, esse ano, 16.201 estão nessa situação.
 
Inicialmente, as ações foram implantadas apenas no Fundamental I, mas já provocam impactos positivos também no Fundamental II (6º ao 9º ano), cuja redução foi de 9% nos últimos três anos. O número de crianças atrasadas no Fundamental II caiu de 8.546 em 2014, para 7.807 em 2017. Para Joelice Braga, diretora-pedagógica da rede municipal de ensino, os números representam o sucesso das ações da Secretaria Municipal de Educação (Smed) no sentido de dirimir o problema. “É perceptível que os programas trazem efeitos positivos e, por isso, já planejamos ampliar para todo o Fundamental I e implantar no Fundamental II no próximo ano”, conta.
 
Ao todo, o programa Regularização de Fluxo já beneficiou 17,7 mil alunos, que avançaram uma ou duas séries. Já o programa Gestão da Alfabetização contemplou 11.500 alunos em 161 escolas da rede. Nestas escolas, estagiários do curso de Pedagogia ajudam o professor a promover e administrar a aula. Enquanto os alunos estão fazendo as atividades de classe, monitorados pelos estagiários, a criança que precisa de atenção diferenciada tem atendimento diretamente com o professor.
 
Um dos alunos atendidos pela Regularização de Fluxo foi Djair da Cruz, de 13 anos, que após estudar na Escola Municipal Vivaldo Costa Lima, no Centro Histórico de Salvador, conseguiu avançar dois anos escolares. A mãe dele, Telma Souza, 45, conta que Djair estava atrasado por ter sido reprovado e ter abandonado a turma algumas vezes. Após ingressar no programa Regularização de Fluxo, o garoto apresentou bom desempenho e avançou para o 6º ano. “Ajudou bastante porque agora ele já estuda em uma nova etapa. Eu sempre digo a ele que educação é tudo”, opina Telma.
 
Cronograma – O aluno atendido pela Regularização de Fluxo precisa obedecer todo um cronograma de atividades para que esteja apto a avançar. Os estudantes precisam ter 170 dias de aula, ler, no mínimo, 40 livros durante o ano, não podem ter falta e precisam fazer atividades diariamente. “É por isso que há todo um trabalho de conscientização para que eles entendam que estão saindo de um ensino regular para um programa especial benéfico, tanto para a vida escolar como para o crescimento pessoal”, afirma a diretora-pedagógica Joelice.
 
O programa está dividido em dois eixos: Se Liga e Acelera. O primeiro eixo é voltado para crianças e adolescentes que ainda não estão alfabetizados, e o segundo é destinado a quem já passou pelo processo de alfabetização. Nos dois programas, a aceleração do ano escolar depende diretamente do desempenho final dos estudantes.
 
Incentivo – Na Escola Vivaldo Costa Lima, em Santo Antônio Além do Carmo, a professora do Se Liga, Cíntia Zacaríades, teve a iniciativa de criar feirinhas para incentivar a classe a cumprir o cronograma de presença, de horário, e a fazer as atividades de classe e de casa. “Sempre que eles chegam no horário e entregam as atividades no prazo, ganham uma nota de um real de brinquedo, que é utilizada nas feirinhas. Nós já tivemos uma feira de merenda, de guloseima e de material escolar. Agora, no mês das crianças, estou planejando uma feira de brinquedos”, conta a professora.
 
Os reflexos de tanto empenho estão aparentes na leitura de Yasmin Santos, de 10 anos, por exemplo. “Se eu morasse dentro de um A, minha casa seria em Atenas. Se eu morasse dentro de um E, minha casa seria no Egito”, lê a garota, sem dificuldades. As frases fazem parte do livro A Casinha Pequenina, um dos 30 que os estudantes levam para casa nos finais de semana e precisam ler para contar a estória na segunda-feira.
 
Graças aos programas e ao incentivo da equipe pedagógica, o índice de aprovação da escola subiu de 57%, em 2013, para 77%, em 2016. “A metodologia diferente dos programas, somada a outras ações da escola, como as feirinhas, também contribui para a melhoria no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). O desenvolvimento do aprendizado desses alunos é o nosso principal objetivo e isso nos deixa muito contentes”, diz o vice-diretor da escola, Wendel Souto.
 
Prevenção – Além dos Programas Regularização de Fluxo e Gestão da Alfabetização, que atuam diretamente com a distorção idade-série, a Smed conta com programas preventivos, como o Nossa Rede e o Agente da Educação, criados no segundo semestre de 2015. O foco do programa Nossa Rede é a participação, criação colaborativa e a elaboração de um novo material pedagógico produzido dentro de uma visão de respeito aos valores das identidades culturais de Salvador e suas peculiaridades.
 
O Nossa Rede envolveu mais de quatro mil profissionais na confecção de novo material pedagógico, e todos eles puderam participar por meio de plataformas digitais. Ao todo, 80 cadernos pedagógicos de língua portuguesa e de matemática foram elaborados com características da arte e cultura da capital baiana. A capa remete à feira de São Joaquim e às placas de vendas. “Trazer isso para o currículo dos estudantes é dar sentido ao trabalho pedagógico. É algo forte na linha de combate à reprovação e à evasão porque dá mais vida a esse dia a dia da escola para que o aluno possa sentir prazer e ter sucesso no aprendizado”, afirma a diretora-pedagógica, Joelice Braga.
 
O programa Agente da Educação promove a aproximação entre a família, escola e comunidade, por meio de ações que possibilitam a participação de familiares e moradores no ambiente escolar e no desenvolvimento da rotina estudantil. Uma das ações consiste na contratação de estagiários remunerados que estejam cursando Pedagogia e morem no mesmo bairro onde a escola está inserida.
 
“O agente da educação é um cidadão que vive o bairro onde a escola está inserida. É uma pessoa da comunidade, que acompanha a frequência do aluno e, quando nota a ausência dele, vai em sua casa, conversa com os pais para entender os motivos do afastamento e tenta trazer o estudante de volta”, acrescenta Joelice. Segundo ela, os dois programas (Nossa Rede e Agente da Educação) são responsáveis por prevenir a distorção idade-série, uma vez que melhoram a qualidade da Educação Municipal e motivam as crianças e adolescentes a permanecerem na escola.
 
 Secom/Salvador

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