A investigação do CNJ, chamada correição, “identificou diversas irregularidades e ilegalidades ocorridas nos fluxos de trabalho desenvolvidos durante” a operação Lava Jato. Ao afastar os magistrados, o corregedor Salomão cita a necessidade de resguardar a “ordem pública” que, segundo ele ficou “seriamente comprometida pelo agir irregular” dos citados e também a necessidade de “estancar” a possível conduta irregular.
As ações da Juíza Gabriela Hardt podem ser enquadradas por peculato, prevaricação e corrupção passiva. A magistrada assumiu os casos da Lava Jato, na 13ª vara de Curitiba, depois que o então juiz Sérgio Moro assumiu o Ministério da Justiça, em 2019. Ela condenou o então ex-presidente Lula a 12 anos de prisão em uma das investigações. Na época, a juíza Gabriela Hardt teve outra decisão anulada por ter citado trechos iguais aos de outro documento.
À nossa reportagem, a justiça federal informou que não vai se manifestar sobre a decisão. O TRF4 não se manifestou até o fechamento desta matéria. Citado no documento do CNJ, o ex-procurador Deltal Dallagnol não comentou o assunto.
Em nota, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), informou ter recebido a notícia com surpresa. A entidade disse esperar que o plenário do CNJ não mantenha a decisão do corregedor, por acreditar que os fatos citados não autorizam o afastamento. Na mesma nota, a Ajufe informa que os juízes Danilo Pereira Júnior e Gabriela Hardt têm “décadas de bons serviços prestados à magistratura nacional” e que não há razão para os afastamentos.