A quadrilha de cinco homens que tentou roubar uma agência da Caixa Econômica Federal de Brumadinho, na Grande BH, durante a madrugada desta sexta-feira (14), não era de amadores. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), os envolvidos na ação são assaltantes de banco contumazes, com passagens por homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de armamento pesado.
Três deles morreram na troca de tiros com agentes do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope). Para tentar fugir, os bandidos chegaram a invadir uma casa, onde fizeram três reféns - pai, mãe e filha. Uma quarta pessoa foi sequestrada em Itaguara, a 80 quilômetros de Belo Horizonte, para dirigir um dos dois veículos utilizados no crime.
Não houve mortos ou feridos entre as vítimas ou agentes mobilizados na operação. Os dois criminosos sobreviventes foram presos e serão apresentados à Polícia Federal ainda esta tarde, já que o ataque envolve instituição financeira ligada ao governo federal.
Junto com os ladrões, foram apreendidas duas pistolas semi-automáticas e mais três armas - entre elas, uma espingarda calibre 12. O grupo portava ainda muita munição, um colete revestido com cerâmica, à prova de tiros de fuzil, e quatro "metalons" - caixas metálicas carregadas com explosivos caseiros potentes.
O cerco montado para prender os criminosos esta madrugada envolveu 62 policiais - 22 do bope, 28 do 2° Batalhão de Policiamento Especializados (GER) e 12 do efetivo de Divinópolis. Os bandidos chegaram a explodir a porta de entrada da agência bancária e partiam para o estouro dos caixas, quando foram surpreendidos pelos agentes. "Os infratores então começaram a efetuar disparos contra a guarnição que, para sua legítima defesa, também efetuou disparos. Foram atingidos três infratores", descreve o comandante Ferreira, referindo-se aos três mortos do tiroteio.
Durante a troca de tiros, os policiais identificaram que o motorista de um dos carros que conduzia quadrilha não era participante do crime, mas refém dos ladrões."Ele apresentava um comportamento completamente diferente dos demais. Não estava armado, e parecia muito assustado. Graças a técnica do Bope, ele foi preservado a todo momento. Posteriormente, nós descobrimos que essa pessoa era uma vítima", relata o comandante Ferreira.
Segundo a PM, o homem, que não foi identificado, teria sido sequestrado em Itaguara, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para transportar o grupo até Brumadinho. "Trabalhamos com a hipótese de que o bando tenha tenha se encontrado na Zona Rural de Itaguara e, de lá, seguido para o banco de Brumadinho", detalha o Major Comandante Wamberto Magalhães, do 48° Batalhão de Minas Gerais.
"Imediatamente, nós redirecionamos a equipe ao local e iniciamos a negociação. Os assaltantes foram convencidos a se entregar, após garantia de que teriam a vida preservada, além de todos os direitos constitucionais assegurados. Foi uma negociação tranquila", afirma o Carlos Eduardo Ferreira. Toda a operação, de acordo com o militar, durou cerca de 7 horas - de 3h da madrugada até aproximadamente 9h da manhã.