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07/02/2018 às 16h37min - Atualizada em 07/02/2018 às 16h37min

Seita transforma fiéis em escravos prometendo livramento da “besta”

g1

Falso pastor está foragido e alguns membros não querem deixar a organização por medo de perseguição do governo

Como nome de “Canaã – A Colheita Final” a operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta terça-feira (6) investiu contra a organização “Traduzindo o verbo: a verdade que marca”. Considerada uma seita, o grupo tem um forte esquema de captação de novos fiéis.

Eles são investigados desde 2011 e acusados de manter fiéis em situação análoga à escravidão. Nos últimos três anos os líderes aumentaram em três vezes o número de membros.

Hoje, 13 pessoas foram presas, em várias cidades do interior de Minas e na capital de São Paulo. Entre as nove pessoas foragidas está um homem conhecido como “Pastor Cícero”. Considerado o líder do esquema, ele já havia sido preso em 2015.

A polícia interditou 17 estabelecimentos, incluindo restaurantes. O delegado Alexander Castro de Oliveira explicou que os funcionários dos estabelecimentos comerciais interditados eram fiéis que não recebiam pagamento em dinheiro. Em Poços de Caldas, a gerente do local foi presa, acusada de ser a responsável pela seita na cidade.

A ação policial é um desdobramento da operação “De Volta para Canaã”, deflagrada em 2015, e terminou com 315 pessoas sendo encontradas em situação de trabalho escravo em propriedades rurais e estabelecimentos comerciais em MG, BA e SP.

A estimativa da polícia é que quase mil pessoas estão na mesma situação atualmente, indicando que a seita continuou agindo. “Eles trabalham em estabelecimentos dos mais variados sem receber nenhuma remuneração. Eles têm o patrimônio completamente usurpado pela seita, quando entram são induzidos a doar tudo. Em reunião dos líderes, eles transferem o patrimônio para laranjas e outras empresas”, resume Oliveira.

O montante das operações realizadas em 2013 e 2015, indicavam que o grupo havia acumulado um patrimônio estimado em R$ 100 milhões. A estimativa é que o número de propriedades tenha dobrado.

“Chip da besta”

O delegado explica que os líderes enganavam as pessoas com pregação religiosa. “Eles eram iludidos. A promessa é de que a ‘besta’ está vindo e que, dentro das comunidades, ela não vai atingir os fiéis no dia do apocalipse, no dia do juízo final. Sempre um argumento religioso do mais baixo nível para ludibriar essas pessoas”, resume Oliveira.

As pessoas que foram presas são investigadas por manter trabalhadores em condições de escravos, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Enquanto os membros da seita viviam em situação precária, os líderes tinham vários carros, apartamentos de luxos e altos valores nas contas bancárias.

Um dos desafios é convencer os fiéis a deixarem a seita. “É uma lavagem cerebral muito grande, em uma situação que chega a dar pena. Eles acreditam que se saírem dali, o governo vai colocar um chip na cabeça deles e todo mundo vai ser perseguido”, encerra Oliveira. Com informações G1    


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