Não é raro uma empresa levar meses no planejamento e desenvolvimento de um produto ou serviço e, quando colocado no mercado, é um fracasso, vendo o investimento e o tempo de dedicação naquele projeto simplesmente escoar pelo ralo. Sem contar o clima de decepção gerado. Geralmente, o problema foi não ter ouvido o mercado, o público-alvo, uma iniciativa provavelmente evitada porque exigiria ainda mais tempo e investimento em pesquisas.
Esse tipo de aposta no escuro, com reuniões intermináveis, é coisa do passado. Hoje, existe uma ferramenta que garante perto de 100% de acerto, e ainda agiliza muito o processo, além de reduzir, consequentemente, os investimentos. Trata-se do Design Sprint, metodologia criada por Jake Knapp em 2010, então design partner do Google, o qual a aplica em novos produtos e em startups que estão sendo testadas. Mais tarde, a metodologia foi levada para o Google Ventures.
Com aplicabilidade para qualquer questão futura na resolução ágil de problemas complexos, a primeira versão do Design Sprint leva somente cinco dias no desenvolvimento de suas cinco fases, uma por dia com duração de oito horas: mapeamento e discussão; esboços de ideias e soluções; escolha da ideia; protótipo; e teste.
“Esse que chamamos de Design Sprint 1.0 exige a presença dos funcionários que terão algum contato com o novo produto ou serviço, durante toda a jornada do projeto. Por conta disso, muitos clientes apresentam resistência”, conta Francisco Albuquerque, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Arco | Hub de Inovação, que tem o braço Arco Garage, cujo foco é realizar as transformações em seus clientes de fora para dentro.
Para derrubar essa barreira, a Garage então adotou o Design Sprint 2.0, desenvolvido pela AJ&Smart, de Berlim. Através dele, o projeto é desenvolvido de forma ainda mais ágil, em apenas quatro dias, e a equipe do cliente participa obrigatoriamente somente dos dois primeiros dias, enquanto as demais fases são feitas integralmente pela Garage.
Albuquerque explica como o trabalho é desenvolvido:
1º dia: É definido o desafio ou a ideia que será aplicada ao sprint. Após diálogos com as equipes do cliente, é feito um mapeamento da jornada dos desafios. Há ainda conversas com especialistas em temas relacionados ao projeto e também com possíveis usuários ou clientes do produto ou serviço que será criado.
2º dia: Os funcionários apresentam suas ideias, que são priorizadas para prototipá-las. E toma-se a decisão da ideia vencedora. Durante o processo, há um decisor, geralmente o CEO ou um diretor da empresa cliente, cuja responsabilidade é apresentar sua análise que irá nortear a tomada de decisão.
3º dia: A equipe da Garage desenvolve o protótipo, sem envolver o cliente. Ela também desenvolve nesse dia o roteiro do teste e da definição dos potenciais usuários ou clientes.
4º dia: São realizados os testes com usuários ou clientes para identificar quanto a ideia é bem recebida. Os testes são filmados e transmitidos online para uma sala onde ficam os especialistas da Garage. Os resultados, então, são apresentados para a empresa contratante.
O Design Sprint não é limitado à criação de um novo produto ou serviço, mas também é indicado para se buscar rapidamente soluções para qualquer problema que a empresa esteja enfrentando no momento ou fazer um upgrade a algo já existente.
Os benefícios ao utilizar a metodologia são inúmeros, como:
A metodologia ganha ainda mais importância no cenário atual de intensas e rápidas mudanças. As empresas precisam acompanhar as evoluções em termos de inovações e produtos para responder aos anseios de seus usuários e consumidores para manterem suas marcas relevantes no mercado.