"Ela está no céu, que é o lugar que ela merece", disse o avô da menina, ao lado de outros parentes, todos inconsoláveis. O cortejo até o cemitério reuniu uma pequena multidão. "A polícia matou um inocente. Não teve tiroteio nenhum. Foram dois disparos que ele deu. É mentira!", gritava, muito abalado, um homem que seria o motorista da Kombi (que ajudou a socorrer a menina) e que teria visto um policial atirando.
No velório, outras pessoas contestaram a versão oficial da Polícia Militar, de que Ágatha teria sido ferida num confronto entre policiais e criminosos. "Quem matou foi o Estado", dirigiu-se um homem a jornalistas, sem se identificar. "Não houve confronto", completou outro.
Moradores e ativistas convocaram nova manifestação neste domingo, pedindo o fim da violência policial no conjunto de favelas em que a menina foi atingida. A concentração de manifestantes foi marcada para 13h, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Itararé. Depois, os participantes seguiram juntos para o velório da menina.