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11/05/2023 às 12h29min - Atualizada em 12/05/2023 às 00h00min

Mulheres no esporte 

*Fernanda Letícia de Souza 

SALA DA NOTÍCIA Valquiria Cristina da Silva Marchiori

“Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda!”, já cantava o saudoso Erasmo Carlos. No esporte fica ainda mais evidente que o sexo frágil é apenas um mito. Apesar da maioria das modalidades envolver qualidades físicas como força e potência, nas quais homens são geneticamente superiores, as mulheres têm provado que a igualdade de gênero é possível e está cada vez mais perto de se tornar uma realidade. 

A história nos mostra que o caminho a percorrer ainda é longo. Durante muito tempo as mulheres foram impedidas de praticar esportes, o que aumentou a desvantagem na conquista de espaços nas quadras, campos e piscinas. O Decreto-Lei Nº 3.199, de 1941, determinava que “às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”. Talvez “incompatível com a natureza feminina” seja a aceitação da determinação de que a prática de esportes era exclusiva aos homens. 

Graças a muita luta e militância, este cenário está bem diferente nos dias de hoje. Nas Olimpíadas de Tóquio, última edição do evento realizada em 2021, as mulheres atletas brasileiras tiveram o melhor desempenho até agora em todas as Olimpíadas das quais participaram. Foram 9 medalhas – 4 a mais que na edição Rio 2016 – das quais 3 foram de ouro. Das 21 medalhas conquistadas pelo Brasil em Tóquio, as 9 conquistadas pelas mulheres representaram 41% do total, ou seja, quase em igualdade com os homens atletas, apesar de todo o atraso que o preconceito impôs a elas. 

Não são somente os números que comprovam que no esporte não há espaço para o mito do sexo frágil. Uma pesquisa com atletas do ensino médio feita pelo Josephson Institute of Ethics, sem fins lucrativos, descobriu que as meninas são cerca de duas vezes mais propensas que os meninos para modelar o bom espírito esportivo. Meninas se comunicam com menos raiva do que meninos no esporte. Quando as divergências aparecem no grupo, as meninas discutem as coisas de forma mais racional e construtiva e os abraços de equipe e gritos de guerra são, predominantemente, práticas comuns em times femininos. 

Muitos paradigmas ainda precisam ser quebrados para que, de fato, as mulheres exerçam toda a sua potencialidade nos esportes. A maioria dos jogos, independentemente da modalidade esportiva, transmitidos pela mídia são de times masculinos. Assistir a esportes na televisão continua sendo “programa de homem”, enquanto as mulheres são “incentivadas” a procurar outras atividades de lazer. Talvez isso explique, em parte, porque, em média, as meninas comecem a praticar esportes cerca de dois anos depois dos meninos, o que pode definir a diferença de habilidades entre os dois gêneros. 

Meninas começam a treinar mais tarde. Com o atraso, são menos habilidosas. A diferença no nível de habilidade faz com que a mídia prefira a transmissão dos esportes masculinos. Parece um ciclo sem fim, mas não é. Prova disso são os números conquistados no esporte pelas mulheres nos últimos anos. O cenário pode melhorar? Certamente! E a mudança começa dentro de casa, no núcleo familiar. Incentivar e criar um ambiente divertido é a chave para aumentar a participação das mulheres no esporte. 

Então, se você que está lendo esse texto, é pai ou mãe de uma menina, dê bolas de presente, “brinque” de praticar esportes com ela aos finais de semana e jamais diga que esse ou aquele esporte é coisa de menino. Sua filha é capaz de alcançar o que ela quiser e, talvez, essa meta seja o lugar mais alto de um pódio esportivo. 

*Fernanda Letícia de Souza é especialista em Fisiologia do Exercício e Prescrição do Exercício Físico e professora da Área de Linguagens Cultural e Corporal do Centro Universitário Internacional UNINTER  

 


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