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31/03/2022 às 14h46min - Atualizada em 31/03/2022 às 16h10min

Em parceria com Japan Foundation, Guia OFF disponibiliza em seu portal 17 vídeos de performances japonesas

17 obras japonesas que trazem ao público uma amostra da produção de artes cênicas contemporâneas

SALA DA NOTÍCIA Angelina Colicchio
https://guiaoff.com.br/cena-japao/
https://guiaoff.com.br/cena-japao/

Em parceria com Japan Foundation, Guia OFF disponibiliza em seu portal 17 vídeos de performances japonesas

 

Frame de Nô: Mistério, Mito e Movimento

O Guia OFF se consolidou nas últimas décadas como um importante comunicador das artes cênicas. Em seu novo site, além das seções com observações a respeito de obras teatrais e uma agenda atualizada com a programação paulistana, o portal também disponibiliza 17 obras japonesas que trazem ao público uma amostra da produção de artes cênicas contemporâneas com legenda em vários idiomas. A iniciativa, nomeada Japão - Cena Além-Fronteiras, é uma parceria com a Japan Foundation.

A instituição iniciou o processo de divulgação dos vídeos durante a crise global de saúde gerada pela COVID-19, período em que foram encomendadas e gravadas as obras de diferentes disciplinas. Esta iniciativa surgiu para aliviar a impossibilidade de apresentar artes performativas ao vivo e assim poder chegar a mais lugares do mundo mostrando a diversidade criativa de artistas japoneses que, embora continuem a praticar as suas artes tradicionais, estão na vanguarda das artes performativas contemporâneas. São obras de artistas que colaboram dentro e fora do Japão para alcançar formatos que muitas vezes cruzam disciplinas.

A Japan Foundation espera que, com este projeto, surjam novos seguidores das artes cênicas japonesas para que em um futuro próximo esses artistas possam se apresentar diante de uma plateia ao vivo. 

 

Confira a programação completa abaixo:

 

Kabuki: legado de um excêntrico espetáculo 

Kabuki é um tipo de teatro japonês conhecido no mundo todo, com uma história de 420 anos. Nascido no final do século 16, acredita-se que teve sua origem no “kabukimono”, que reunia pessoas com um estilo de vida livre, vestimentas extravagantes, que estavam em voga naquela época. Desde então, o Kabuki se desenvolveu, mantendo-se sempre na vanguarda. O teatro Kabuki é uma forma artística que inova, ao mesmo tempo em que preserva a tradição. 

Neste vídeo são apresentados o Kabuki clássico e o “Cho-Kabuki”, que combina Kabuki com a mais nova tecnologia digital, em que um ator de Kabuki encena com a cantora virtual Hatsune Miku.

 

Bunraku: narração, música e marionetes

O Bunraku, também chamado de Ningyō jōruri, é uma arte integrada em que o tayū (narrador dramático), o alaúde shamisen e os marionetistas trabalham em uníssono. O tayū narra o diálogo, a psicologia e os movimentos de todos os personagens e desenvolve a história. O futozao shamisen (“shamisen de pescoço largo”), com seu potente e magnífico som, cria o dramatismo da peça e exprime as emoções do jōruri (narração dramática acompanhada de música). 

Quando os marionetistas adicionam os movimentos aos sons produzidos pelo narrador e pelo intérprete de shamisen, as marionetes ganham vida num abrir e fechar de olhos. Os bonecos do Bunraku mostram em detalhes as expressões faciais e os movimentos das articulações dos dedos. Os bonecos são manipulados por três pessoas: o titereiro principal, que movimenta a cabeça e a mão direita, o segundo titereiro, que manipula a mão esquerda, e o terceiro titereiro, responsável pela manipulação dos pés. A habilidade dos titereiros, do tayū, que narra a história, e a do intérprete de shamisen cria a atmosfera e exprime as emoções.

 

Kyōgen: comédia que reflete a natureza humana

Kyōgen é um teatro cômico baseado em diálogos. A primeira fala da maioria das personagens para se apresentarem no palco é “Sou um morador dessas redondezas”. Isso significa que o que está sendo representado é um fato universal que pode ser compreendido por pessoas de qualquer época e lugar. 

Em “Kirokuda” (As seis cargas de lenha), peça que trata sobre um criado que deve entregar um presente no meio de uma forte tempestade de neve, explora-se a atração do Kyōgen, que mostra o karma humano através de um humor sofisticado. Também usa de métodos de produção, incluindo as “katas” para representar emoções e gestos cotidianos.

 

Nô: mistério, mito e movimento 

O teatro nô possui uma beleza estética que transcende o tempo. É uma arte que, com seu estilo de canto único, nos permite apreciar a beleza da natureza e a constante transição das quatro estações, através de imagens de animais, aves e flores. Em alguns momentos, o palco nos mostra imagens cheias de vida e espetáculo e, em um instante, o drama contrasta com o mais severo minimalismo. O nô é uma ponte entre o nosso mundo (dos vivos) e o outro mundo (dos mortos), dando asas à imaginação do público que assiste, mostrando de fantasmas de personagens famosos até temíveis espíritos vingativos e, ao mesmo tempo, a pureza dos deuses Shinto do Japão.

 

TWO – O Hara Museum em trânsito

O protagonista desta peça é o próprio Museu Hara. Originalmente, mansão construída em 1938, o Museu Hara foi inaugurado em 1979 como museu particular de arte contemporânea. Projetado por WATANABE Hitoshi, foi considerado uma obra-mestra da arquitetura modernista com um toque de Art Déco. O edifício era per se uma obra de arte, como pode se ver no interior que simula uma espaçonave no início do vídeo. O pequeno pátio foi amado por muitos dançarinos e acolheu diversas performances.

Infelizmente, o edifício foi fechado por causa do envelhecimento de suas instalações, e muitos artistas se reuniram para uma atuação de despedida. O vídeo foi concebido e produzido por MUKAIYAMA Tomoko e Renier VAN BRUMMELEN, captando uma performance de Mukaiyama e MORIYAMA Mirai. Mukaiyama é pianista, diretora, artista e intérprete com residência na Holanda. Moriyama é ator e dançarino; ele tem colaborado com artistas do mundo inteiro. O próprio Museu Hara ganha vida no vídeo em forma de som e dança com a poderosa presença destes intérpretes. 

 

Hisashi Watanabe "Ojami-hyon series - episode 1 - Ojami-hyon"

Hisashi Watanabe "Ojami-hyon series - episode 2 - Ojami-RUN"

Hisashi Watanabe "Ojami-hyon series - episode 3 - Ojami-nchu" 
 

Malabares viajando pelo mundo - estes três episódios são reunidos em uma série em vídeo criada por WATANABE Hisashi, pesquisador físico, artista circense e fundador da companhia Atama to Kuchi, com atuação em mais de 15 países. Relata as aventuras de um monstro malabarista, Ojami-hyon, que aparece e brinca com seus ojami em diversos lugares do mundo (saquinhos recheados de feijão conhecidos como “ojami” no dialeto ocidental do Japão). 

 

Hiroaki Umeda - Median

O dançarino, coreógrafo e artista multimídia UMEDA Hiroaki tem atuado em mais de 150 cidades de 40 países desde 2007. Seu solo “Accumulated Layout”, em parceria com o Théâtre National de Chaillot de Paris, teve tão boa recepção da crítica internacional que, desde então, tem se apresentado na Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Taiwan e, claro, no Japão.

UMEDA, que trabalha em muitas áreas, é responsável pelo design do vídeo, o som e a iluminação de suas peças de dança, e é também criador de artes visuais e instalações, visando potencializar os sentidos físicos e visuais do público.

Em Median, conjuntos de imagens monocromas e luzes se transfiguram como a divisão celular de um momento para o outro, acompanhados de zumbidos elétricos intermitentes e pulsações de ruído branco. Em meio a estes efeitos, o corpo de UMEDA surge dançando de maneira eloquente -às vezes com força, às vezes suavemente- enquanto aparece e desaparece rapidamente em flashes.

 

Satoko Ichihara - A questão das fadas

A dramaturga e diretora ICHIHARA Satoko explora criativamente alguns párias da sociedade. Satoko confessou que costumava desprezar algumas pessoas antes de conhecê-las, enquanto ela mesma sentia como era difícil e frustrante a vida no Japão. Isso foi assim até que ela se propôs inspirar o público, através desta peça, para ter um olhar positivo da vida de qualquer outra pessoa.

Composta por três histórias diferentes, intituladas “Busu” (“Mulher feia”), “Barata” e “Mangurt” (que ela descreve como “Iogurte feito com fluidos corporais de mulheres”), cada uma delas contada mediante o Rakugo (narração cômica tradicional japonesa), uma música ou um estilo de seminário, a peça de ICHIHARA joga luz através do seu olhar crítico e de suas piadas idiossincráticas e cínicas sobre as vidas, normalmente inadvertidas, de pessoas marginalizadas.

 

Moriyama Kaiji × Hibino Kodue × Kawase Kohske - Zero

Voltar a “zero” em meio à pandemia. Os três criadores de Zero - o dançarino e coreógrafo Kaiji Moriyama, o designer de figurino Kodue Hibino e o compositor musical Kohske Kawase- se reuniram pela primeira vez em 2008, quando trabalharam no programa infantil da NHK (empresa de radiodifusão pública do Japão) "Vamos mexer!".

Nessa série, Moriyama - com figurinos de Hibino representando vasos sanguíneos, ossos e órgãos internos - mostrava o modo em que estes funcionam e fazem, dançando de maneira engraçada ao ritmo da cativante música pop de Kawase.

Para Zero, cujo tema é a pandemia da Covid-19, Hibino criou uma capa espinhosa e globular que representa o vírus e que Moriyama veste enquanto atua para expressar a alegria de dançar e de viver apesar dos perigos da doença.

 

Hori Kikaku -  The Water Station, por Ota Shogo

A obra estreou em 1981 pela companhia Teatro Tenkei, dirigida pelo dramaturgo OTA Shogo, autor do roteiro. Esta peça faz parte de uma trilogia de mímica teatral em que os atores entram e saem do palco com movimentos extremamente lentos. Umas pessoas se reúnem em silêncio em torno de um cano do qual a água goteja sem cessar. Nesse lugar, são mostradas ao público todo tipo de figuras estéticas. A encenação do Teatro Tenkei deixa entrever que uma das pessoas é repatriada de guerra ou refugiada, símbolo dos desejos inatos da humanidade. Isto fez com que a peça fosse muito bem recebida no exterior.

Esta versão foi concebida e dirigida por HORI Natsuko, atriz da companhia teatral Seinendan. Ela acompanha o espírito da peça original de Ota nos movimentos lentos e na mímica, mas a água cai vários metros em cascata do teto da sala de teatro Atelier Shunpusha até um buraco no chão; o número de atores, além disso, é reduzido a oito. O tema central nesta versão de novembro de 2020 e em outras anteriores sob direção da mesma atriz é o caminho para a morte de uma vida da qual não é possível fugir. Esta ideia é de HORI Natsuko, que dirige a encenação desde outubro de 2019 com o olhar focado na morte e na ausência.

 

Monochrome Circus - The green table

A Monochrome Circus é uma companhia de dança com forte presença na região de Kansai. É dirigida por SAKAMOTO Kosei. TAKAHASHI Jun é autor da coreografia, graf é responsável pela cenografia e YAMANAKA Toru, do grupo Dumb Type, pela produção musical. TAKAHASHI Jun, um dos fundadores da companhia de dança Mizu to abura (Água e óleo), cuja atividade é focada na mímica, salienta sua capacidade para conceber formas de expressão em que o corpo interage com um objeto.

Este espetáculo leva o mesmo título que o célebre balé de Kurt Jooss; porém, desta vez, o lugar onde a erva cresce é uma autêntica “mesa verde” ou, por outras palavras, um mundo em que os espaços ao ar livre e os lugares fechados se misturam. Os quatro artistas sobre o palco têm uma cadeira (um lugar próprio), mas eles também se deitam sobre a grama da mesa, que parece ser um espaço muito confortável. 

Todos eles se mostram indiferentes entre si, mas, ao se encontrarem, se reclinam uns contra os outros para depois tornar a se separar e se transformar em simples observadores. Ao longo do espetáculo, a relação entre os artistas vai evoluindo de milhares de maneiras em um mundo que leva dentro de si uma “terra”, simbolizada pela mesa.


Nibroll – Romeu ou Julieta

A Nibroll, companhia artística liderada por YANAIHARA Mikuni, sempre criou peças baseadas nas possibilidades marginais, ao invés do que costuma ser chamado de "dança", em que os integrantes se movimentam de forma ordenada. YANAIHARA, que já recebeu o prêmio de arte dramática mais prestigioso do Japão, apresenta elementos teatrais a cada momento desta peça. Mais do que enfeitar o palco, as imagens de TAKAHASHI Keisuke e a música da SKANK encarnam o conceito da peça e aumentam sua força.

A característica distintiva do título é que Romeu e Julieta estão unidos pela conjunção “OU”.

No início da representação, dançarinos e dançarinas cobrem suas extremidades inferiores com calças curtas e pretas, isto é, a peça começa a partir de um conceito no qual o gênero feminino e masculino de “saia e calça” foi eliminado. Assim, diversas linhas de fronteira foram traçadas. Linhas que dividem as pessoas e o mundo. O amor mútuo não se restringe a Romeu e Julieta (um casal heterossexual). Alguém pode se apaixonar indistintamente por Romeu (homem) ou por Julieta (mulher). É quanto a isso que as linhas de fronteira não existem.

 

Baobab Re: born project vol. 6  - Please! Laughing frame 

Esta é uma adaptação em vídeo do repertório característico de Baobab, companhia de dança que tem se apresentado em diversos festivais no Japão e no exterior, bem como em numerosas performances independentes. É um documentário metaficcional que retrata a dança como imagem e os gêneros de dança existentes como um quadro do qual os dançarinos tentam pular para fora a fim de serem livres, indo e vindo entre ficção e realidade. 

Do início até a metade, o estilo do vídeo é de documentário. Nele, o diretor da companhia, KITAO Wataru, e os dançarinos revelam seus pensamentos e ideais em torno da dança. A última parte é ambientada no hall deserto do aeroporto de Haneda, em Tóquio, onde libertam sua dança rítmica e singularmente dinâmica, ultrapassando os limites do enquadramento. Mostra o lado kitsch de sua luta por ir contra o “quadro da dança”, às vezes, de maneira antitética.

 

Ruri Mito (Co.Ruri Mito) - Matou

Algumas vezes, Mito se faz chamar de “dançarina monstruosa”. Ela é delicada e resistente. É capaz de colocar em ação, com total domínio, cada uma das células do seu corpo, exibindo uma energia incandescente. Não é como o butô, mas sua dança mobiliza igualmente uma força de gravidade consciente. Seus movimentos não são semelhantes aos de um ser vivo convencional. É impossível afastar o olhar dela ao ver como executa sem pausa movimentos inimagináveis, como se inúmeras criaturas povoassem seu interior.

O título da peça em japonês (“Matou”) é uma palavra que, foneticamente, tem muitos significados: vestir, permanecer junto, envolver-se, etc. Mito diz que esta peça é como um mandamento para continuar dançando a fim de desempenhar o papel que lhe foi atribuído nesta vida. E isso é o que ela tem feito desde sua estreia em 2015, com apresentações em diversos países que se traduziram em múltiplos prêmios. Lá onde for, Mito consegue fascinar o público.

 

Futome Performance – Sento

A FUTOME Performance (NORIMTATSU Kaoru e TETSUDA Emi) é uma companhia teatral que realiza representações principalmente na prefeitura de Fukuoka, na região sul do Japão. Aproveitando as características dos seus corpos gorduchos e do seu físico peculiar, as duas apresentaram numerosas peças cuja linguagem corporal se afasta da dança tradicional. Algumas vezes, elas usam sua corpulência para esmagar um monte de latas ou pintam linhas a caneta em cada parte dos seus corpos, explicando como sua vida foi até atingir o peso atual.

Nesta peça, dançam com música que lembra canções populares e utilizam como palco o terraço vazio de um edifício com um fundo de paisagem urbana. Seu título, “Sento”, evoca os caracteres chineses que referem a “banheiro público” ou “batalha”. As protagonistas desdobram uma dança suave e por sua vez vigorosa, remetendo a contradição entre relaxamento e conflito. Sua dança não nasce das formas nem dos estilos, mas da singularidade de seu próprio corpo.

 

Sobre a marca OFF

O OFF nasceu em 2 de agosto de 1979, como um espaço cultural que funcionou no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Era um palco para a criação e experimentação de muitos artistas e contava com programação em música, teatro e cinema. O espaço fechou em 1992, mas se desdobrou em outras frentes: a OFF Produções e o Guia OFF de Teatro. A publicação, lançada em 1996, buscava reunir toda a programação de teatro paulistana, das grandes produções às montagens underground. Com a proliferação de espaços e produções, o guia também se expandiu, alterando o formato de dobradura para revista para conter toda a programação, mantendo uma tiragem de 20 mil cópias desde sua criação e com distribuição gratuita em espaços culturais.
 

Assessoria de imprensa 

Angelina Colicchio – (11) 99299-2877

Diogo Locci – (11) 99906-0642

[email protected]  | [email protected] 



 
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