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27/06/2022 às 14h46min - Atualizada em 28/06/2022 às 18h40min

Espetáculo dirigido por Marta Baião cria diálogo entre saúde mental e artes cênicas nas periferias

SALA DA NOTÍCIA Eliane Verbena
https://verbenacomunicacao.blogspot.com/2022/06/espetaculo-dirigido-por-marta-baiao.html
Foto de Marta Baião
Com encenação e direção de Marta Baião, o espetáculo Ouvindo Vozes: da Marginalização à Loucura estreia no dia 29 de junho (quarta), na CEU Alto Alegre, às 20h. Com dramaturgia assinada pela diretora e por Cynthia Regina, a montagem é resultado de pesquisa e processo criativo da Pião Produções Artísticas, livremente inspirada no livro Ouvindo Vozes, de Edmar Oliveira.

As apresentações (gratuitas) ocorrem em espaços públicos não convencionais, frequentados ou a serviço da comunidade, nas regiões de Iguatemi e Sapopemba - zona leste de São Paulo. A temporada inclui rodas de conversa sobre Saúde Mental na Periferia, com Cristina Melo (psicóloga e arteterapeuta), e sessões com tradução em Libras, por Luccas Araújo. Este projeto foi viabilizado pelo Programa VAI - Programa para Valorização de Iniciativas Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Pelo viés do teatro épico performativo a poética montagem traz a história de três clientes, como eram chamadas as pessoas em tratamento no Instituto Nise da Silveira, no Engenho de Dentro (RJ), que descobriram vida na loucura, em um lugar marcado pelas ideias da médica psiquiatra, uma revolucionária no tratamento mental pela arteterapaia, que garantiu àqueles(as) com ‘manias de liberdade’, as saídas de suas profundezas para o encontro com a vida.  Os atores Everton Santos, Juliana Morelli e Rogério Nascimento fazem releituras das histórias, não comprometidos com o normal ou anormal, mas com a desconstrução da ideia de loucura.

Everton Santos traz para a cena a história de um jovem, o mais velho de três irmãos. Por ser fruto de uma relação extraconjugal da mãe com um político, vivia trancado, afastado do convívio social. Ele é internado como louco quando, em um acesso de raiva, ele rasga o vestido de noiva de sua irmã ao descobrir que ela iria se casar sem a sua presença. Rogério Nascimento vive um jovem sonhador, predestinado para passar 20 anos no hospital do Engenho de Dentro, apenas por ser uma pessoa sem controle emocional. Quando alcança o direito de ir para uma casa acolhedora, ele busca conhecer o mundo, busca a liberdade que lhe foi tolhida. Juliana Morelli interpreta uma moça com problemas psiquiátricos que, ao ser internada, conta com a surpreendente adesão das duas irmãs, que decidem se internar junto com a irmã para ficarem juntas.

A cenografia sugere o aprisionamento. Espaços delimitados geometricamente se interligam por estruturas altas e vazadas, situando a prisão individual das personagens, bem como as possibilidades de libertação com portas e saídas. O branco e as transparências predominam nas estruturas e nas cortinas, representando a tênue linha entre a sanidade e a loucura, e também ganham a conotação de telas/mandalas que serão pintadas pelo público antes das sessões. Projeções com referências ao trabalho da Dra. Nise potencializam a abordagem e fazem o público pensar e técnicas de teatro de sombras são usadas para representar a possibilidade de morte. Os figurinos (de Marta Baião) carregam simbologias; trazem alegorias que reportam à busca pela libertação desses corpos. E a trilha sonora, de Eduluz, conta com músicas compostas pelos próprios atores.

Para os realizadores, Ouvindo Vozes: da Marginalização à Loucura quer alertar para a importância das artes cênicas como um dos elementos fundamentais para conscientizar sobre a saúde mental nas regiões periféricas. “As pessoas da periferia são menos acolhidas em todas as situações. O morador periférico é marginalizado, junto com tudo que lhe diz respeito, e não é diferente com a loucura, quando a pessoa é simplesmente descartada”, afirma Everton Santos.

Espetáculo: Ouvindo Vozes: da Marginalização à Loucura
Com: Pião Produções Artísticas
Grátis. Duração: 60 min. Gênero: Drama. Classificação: 16 anos.

29 de junho. Quarta, às 20h - CEU Alto Alegre
Avenida Bento Guelfi, s/n - Jardim Alto Alegre / Iguatemi. São Paulo/SP.
Roda de conversa: Saúde Mental na Periferia - com Cristina Melo.

01 de julho. Sexta, às 19h e às 21h - E.E. Jardim Iguatemi
Rua Confederação dos Tamoios, 182 - São Mateus. São Paulo/SP.
Roda de conversa: Saúde Mental na Periferia - com Cristina Melo.
Tradução em Libras: com Luccas Araújo.

06 de julho. Quarta, às 20h - CEDECA Sapopemba
Rua Vicente Franco Tolentino, 45 - Sapopemba. São Paulo/SP

08 de julho. Sexta, às 20h - CEU Sapopemba
Rua Manuel Quirino de Mattos, s/n - Jardim Sapopemba. São Paulo/SP.
Roda de conversa: Saúde Mental na Periferia - com Cristina Melo.
Tradução em Libras: com Luccas Araújo.

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